Artigo de opinião de Jorge Cunha, docente da Faculdade de Teologia.
Passado um mês sobre a JMJ que teve lugar no nosso país, proponho aos leitores do nosso jornal diocesano que, por razões óbvias, não acompanhou este grande acontecimento, um regresso ao que parece o legado mais importante da presença do Papa Francisco e da extraordinária mobilização da Igreja para que tudo corresse bem como correu. No entender de quem acompanhou através da comunicação social, como foi o meu caso, pode resumir-se em três palavras o que ficou das vivências, das imagens e das palavras desses dias, memoráveis: o silêncio, a cura e a acção.
Uma das imagens mais marcantes da congregação geral da JMJ foi o silêncio da vigília. Colocar em silêncio uma multidão de milhão e meio de pessoas é obra. Mas isso aconteceu com uma eficácia que apenas pode ter um significado maior do que o facto em si. Mobilizar uma multidão para a expressividade, quantas vezes caótica, dos concertos de música será talvez fácil. Colocar em silêncio activo um tal número de pessoas apenas pode ser um sinal da força vivencial da fé cristã.