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"A pobreza não se instrumentaliza"

Business School
"A pobreza não se instrumentaliza"
Quarta-feira, 24 de Agosto de 2022 in Público online

Artigo de opinião por João Moreira de Campos, docente da Católica Porto Business School. 
O crescimento do produto não se traduz automaticamente no aumento do bem-estar material de que usufruem os habitantes de um dado território. 
O debate em torno da capacidade existente na economia nacional para gerar riqueza tem vindo a intensificar-se em diferentes esferas. Não raras vezes, os argumentos apresentados baseiam-se nos níveis registados noutros países, a partir dos quais se equacionam os putativos fatores que possibilitam ritmos de crescimento mais elevados. Neste sentido, o Produto Interno Bruto é tido como a principal métrica do sucesso das opções coletivas tomadas e das políticas públicas implementadas, conferindo à noção de pobreza relativa um lugar central nas narrativas construídas. Pressupõe-se, assim, que uma inferior capacidade para produzir riqueza corresponde a um menor bem-estar material de que usufruem as pessoas residentes em Portugal, por comparação com o que se observa em latitudes distintas.
Os termos de comparação escolhidos passam, com frequência, pela Irlanda, os três Estados comummente associados ao mar Báltico e, desde há pouco tempo, a Roménia. Na sequência da adesão à União Europeia, oficializada em janeiro de 2007, a criação de riqueza na Roménia tem crescido a uma taxa média anual que ronda os 3%, excluindo o efeito da inflação, o que a aproxima do montante produzido por residente em Portugal, caso não sejam consideradas as diferenças entre os níveis de preços praticados em ambos os países.

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