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Rui Soucasaux Sousa: “Digitalização da indústria: que prioridades de investimento?”

Business School
Rui Soucasaux Sousa: “Digitalização da indústria: que prioridades de investimento?”
Terça-feira, 21 de Setembro de 2021 in Negócios

A adoção de tecnologias digitais tem estado no topo da agenda das empresas industriais nos últimos anos, sob rótulos como a «Indústria 4.0" ou a "Quarta Revolução Industrial". Estas tecnologias incluem a Internet das Coisas, impressão 3D, computação cloud, realidade aumentada, análise de dados e inteligência artificial, entre outras. O processo de adoção destas tecnologias iniciou-se antes da pandemia, mas hoje o contexto é muito diferente. O vírus veio alterar dramaticamente o contexto macroeconómico, o comportamento dos consumidores e as formas de trabalho, entre muitos outros fatores. É, assim, útil revisitar as prioridades de investimento na digitalização da indústria e perceber como devem ser adaptadas a este novo contexto. Tal reflexão é particularmente pertinente em Portugal e na Europa, pois as empresas destas regiões têm agora acesso (ou espera-se que venham a ter) a fundos avultados no âmbito Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Do ponto de vista estratégico, podemos dividir as tecnologias digitais para a manufatura em duas categorias: internas (suporte à atividade de manufatura dentro da fabrica); e externas ou de conectividade (suporte às interações da empresa com outros atores da sua cadeia de abastecimento, nomeadamente, clientes e fornecedores). Internamente, a pandemia causou falta de mão de obra, impôs a necessidade de trabalho remoto e gerou esforço adicional das equipas para tarefas urgentes e imprevistas. Externamente, houve falhas no fornecimento de matérias-primas e componentes e oscilações dramáticas na procura. Quem não se lembra da famosa corrida ao papel higiénico que rapidamente desapareceu das prateleiras dos supermercados no início da pandemia, ao mesmo tempo que a procura de outros produtos caiu quase para zero de um dia para o outro. A recente retoma provocou um pico de procura de bens, e sente-se hoje a falta de chips para computadores, materiais de construção, etc. Estas situações têm um denominador comum: a incerteza.

Nota: Pode ler o artigo na íntegra na edição impressa do Jornal de Negócios de 21 de setembro de 2021.

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