Alberto Castro, docente da Católica Porto Business School
Portugal tem um problema de produtividade. Enquanto não o resolvermos, prevalecerá o lema: em casa em que não há pão, todos ralham e ninguém tem razão.
Quando se procuram as razões profundas do nosso atraso, pois é disso que estamos a falar, quase sempre surge, nos lugares cimeiros, a baixa qualificação dos trabalhadores. Na verdade, não obstante uma recuperação significativa ocorrida no período democrático, há um lastro que ainda perdura. Estatisticamente, reflete-se nos escalões etários mais velhos e, qualitativamente, na pouca importância que continuou a ser concedida ao investimento em educação e que demorou tempo a ser invertido. A forma como a comunicação social continua a enfatizar fenómenos de sobrequalificação para o trabalho que se desempenha, ou os casos de desemprego entre licenciados, ignorando a baixíssima taxa de desemprego global entre esse grupo ou o ganho salarial obtido, em média, pelas pessoas mais qualificadas, não tem ajudado. Contudo, como se disse, há um processo de convergência, certamente mais demorado do que o que seria desejável, mas que parece inelutável.