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Maria Leonor Neves: “A vertente prática que caracteriza o ensino da Escola Superior de Biotecnologia tem sido determinante.”

Maria Leonor Neves tem 20 anos e é estudante da licenciatura em Bioengenharia, da Escola Superior de Biotecnologia, da Universidade Católica no Porto. Atualmente, está em Dresden, na Alemanha, em mobilidade internacional pelo programa Erasmus. Entusiasmada e curiosa, adora estar no laboratório e ver a Ciência a acontecer. Desejos para o futuro? Ambiciona trabalhar na área da Biomédica, onde poderá contribuir para o desenvolvimento de soluções que impactem a sociedade.

 

Neste momento, encontra-se em Dresden, na Alemanha, a fazer um semestre de Erasmus. Como tem sido a experiência?

Cheguei há cerca de um mês e estou a gostar muito. Essencialmente, procuro que seja uma experiência muito enriquecedora e que me ajude no meu crescimento. É a primeira experiência fora da casa dos meus pais e, paralelamente, também, está a ser muito diferente de um semestre normal, porque não estamos num regime de aulas convencional, mas sim a estagiar num laboratório, no Biotechnology Center (BIOTEC), da TU Dresden. Aqui sinto-me a experimentar um bocadinho daquela que poderá vir a ser a minha profissão no futuro.

 

Porquê escolher a Alemanha e que sítio da cidade de Dresden é que a marcou mais até ao momento?

É um país com uma posição de grande destaque no mundo da Engenharia que acabou por me cativar muito e por prender a minha atenção e curiosidade. Tenho gostado muito da zona de Neustadt por motivos óbvios (risos). É uma zona muito frequentada por jovens e tem imensos locais de convívio. É um ponto de encontro de muitas pessoas que estão a fazer Erasmus e por isso é um espaço com uma diversidade cultural muito grande.

 

“É uma relação de proximidade que facilita a aprendizagem.”

 

Porquê escolher estudar Bioengenharia na Escola Superior de Biotecnologia?

Conheci a Escola Superior de Biotecnologia quando andava no secundário e cheguei a ter a oportunidade de fazer atividades para os laboratórios. Foram experiências ótimas e que me ajudaram a perceber aquilo que realmente queria. Sempre tive muita curiosidade pela Biologia,mas também pela Matemática e pela Química. Na Bioengenharia consigo reunir todas estas áreas que me interessam, é uma área muito versátil. Lembro-me que, quando escolhi a licenciatura que queria e a universidade onde ia estudar, pesou muito o facto de se tratar de um curso relativamente novo, mas com uma garantia grande de qualidade e de excelência.

 

“Interesso-me sobretudo pelo desenvolvimento de soluções para problemas da área da Biologia.”

 

Está no último ano da licenciatura. O que é que tem sido mais marcante ao longo do seu percurso académico?

A vertente prática que caracteriza o ensino da Escola Superior de Biotecnologua tem sido determinante. Aqui temos a oportunidade de mergulhar verdadeiramente naquilo em que estamos a estudar. Esta constante ligação à investigação é muito marcante e faz toda a diferença no nosso percurso. A relação que existe entre os professores e os estudantes também é especial. É uma relação de proximidade que facilita a aprendizagem e que nos permite ir mais além. O ambiente que se viva na Faculdade é um ambiente muito entusiasmante e feliz e é um privilégio poder estudar numa Escola assim. Estou no terceiro e último ano da licenciatura e sinto-me muito realizada com o percurso feito até aqui.

 

“Tudo está relacionado e os resultados a que assisto no laboratório vão acabar por se refletir de alguma forma no dia-a-dia das pessoas.”

 

Escolheu a especialização em Biomédica. Porquê esta escolha?

É nesta área que eu consigo explorar mais a vertente ligada à Biologia. Na Biomédica consigo estar em contacto com o desenvolvimento de soluções para as áreas médica, farmacêutica e outras. Interesso-me sobretudo pelo desenvolvimento de soluções para problemas da área da Biologia. Quero estar entre estes dois mundos.

 

Movida pela missão de fazer parte da construção da Ciência?

Sim, quero fazer parte da construção da Ciência para poder impactar o mundo. A constante vontade de descobrir coisas novas é o que me faz querer estar inserida nesta área. Entusiasma-me a possibilidade de poder vir a conseguir ajudar pessoas, a resolver problemas que afetam a nossa saúde e de poder contribuir para melhorar a nossa qualidade de vida. É isto que me traz felicidade.

 

O que é que mais a entusiasma no laboratório?

Sem dúvida que é o poder ter a oportunidade de assistir aos resultados mesmo à minha frente. É fascinante poder verificar que os resultados podem ser desta ou daquela forma e que se assim forem vão impactar de uma certa maneira a nossa vida. Tudo está relacionado e os resultados a que assisto no laboratório vão acabar por se refletir de alguma forma no dia-a-dia das pessoas.

 

Iniciou a sua formação na Dança aos 3 anos e praticou assiduamente até aos 15. Existe algo em comum entre dançar e estar no laboratório?

As duas atividades trazem-me uma imensa felicidade. Em ambas consigo entregar-me totalmente. Quando estou a dançar, estou só a dançar e mergulhada no meu mundo e quando estou no laboratório, também, estou totalmente concentrada no meu trabalho e longe de outras preocupações e distrações. São duas atividades que exigem muita concentração e dedicação. 

 

De que forma é que a Dança ocupou um lugar importante para a sua formação?

Foi uma experiência fabulosa que desenvolveu muito as minhas competências, não só na dança, mas também no mundo das artes em geral. Na Dança, eu encontrava uma forma de me exprimir, era uma linguagem que eu usava para comunicar as minhas emoções. Permitiu-me ter experiências de palco e de espetáculo estupendas e também estive envolvida em troca de experiências com escolas de dança da Europa, como em França, em Espanha e na Noruega, onde conheci outros bailarinos. Foi mesmo importante para a minha formação. Atualmente, já não pratico, mas acompanho o mundo da dança e gosto imenso de assistir a espetáculos e atuações.

 

Lugar favorito do campus?

Gosto especialmente do Bar das Artes. É um lugar de encontro, de convívio e de muitas conversas. Os corredores e os laboratórios do Edifício de Biotecnologia também são especiais. São lugares de memórias muito felizes.

 

23-03-2023