
As feridas complexas, geralmente, podem ser categorizadas em três tipos: úlceras de pressão, úlceras venosas da perna e úlceras do pé diabético. O número de 18 milhões de pacientes transformou-se num dos principais problemas clínicos mundiais devido à morbidade associada aos períodos prolongados necessários para a reparação e regeneração do tecido lesado, o sangramento e o risco de infeções e septicaemias. A intervenção especializada no tratamento de feridas surge como uma nova era que pode reformar os tratamentos comuns, o que naturalmente irá melhorar a qualidade de vida do paciente.
CONTEXTO
O tratamento da ferida, apesar de todos os avanços médicos, ainda continua a ser uma área delicada de gerir e com certeza um domínio desafiante para investigadores em todo o mundo.
Atualmente, existem diferentes tipos de curativos, tais como: filmes/ membranas (aderentes ou não aderentes), hidrogéis, hidrocolóides, curativos compostos, espumas, fibras hidrofílicas e hidrofóbicas, dispositivos hipertónicos e antimicrobianos. Entre os diferentes tipos de curativos, os hidrogéis compreendem uma grande quantidade de água (70% - 90%), sendo extremamente hidratados, são adequados para feridas esqueléticas ou necróticas, capazes de preencher a ferida em forma e profundidade sendo também matrizes adequadas para incorporação de compostos bioativos (e.g, antimicrobianos, antioxidantes, fatores de crescimento, etc.).
A este respeito, fizeram-se esforços crescentes para estudar biomateriais de origem natural como curativos de hidrogel. O Colágeno, os alginatos e o quitosano são alguns dos sistemas mais utilizados no mercado devido à sua biocompatibilidade, biodegradabilidade e similaridade com as macromoléculas reconhecidas pelo corpo humano.
Entre a nova geração de biopolímeros de origem natural que são propostos para cicatrização de feridas e regeneração da pele, as proteínas de seda (fibroína e sericina) são particularmente interessantes devido às suas propriedades excecionais, como: biocompatibilidade, permeabilidade ao oxigénio e ao vapor de água, atividade antioxidante, degradabilidade enzimática, versatilidade de processamento e diversidade de cadeias químicas laterais disponíveis para "decoração".
Embora a sericina tenha recebido muito menos atenção do que a fibroína, tem sido relatado que esta exibe várias atividades biológicas importantes, tais como: biocompatibilidade, biodegradabilidade, comportamento antioxidante, atividade anti-tirosinase, propriedades de proteção contra radiação UV, capacidade de hidratação, efeito criopreservador e meio de cultura isento de soro.
